quinta-feira, 16 de setembro de 2010

AMARANTINA FESTEJA O PADROEIRO SÃO GONÇALO

Em Amarantina, começou a novena em louvor a São Gonçalo, 200px-Goncalo_amarante1 padroeiro do distrito ouro-pretano. As festividades antecedem à tradicional Cavalhada que acontece entre os dias 17 a 20 de setembro.

Na sexta-feira (dia 17), será realizada a procissão que conduzirá a imagem de São Gonçalo até o Parque das Cavalhadas. Já no sábado, a partir das 14 horas, será a vez da Cavalhada Mirim. No domingo, a partir das 15 horas, acontece a Cavalhada dos Adultos. A festa revive uma das grandes batalhas da Idade Média, retratando as lutas entre os Cristãos e os Mouros.

Em trajes militares, montados a cavalo e empunhando as suas espadas e lanças, uniformes a adereços em azul e banco, simbolizando os Cristãos e a cor vermelha e azul, representando os Mouros, as encenações retratam a luta entre o exército Cristão (chefiado pelo imperador Carlos Magno) e o Mouro (comandado pelo almirante Balão). A cena lembra ainda a morte do soldado Espinger considerado um “espião” e traidor, que é simbolizado por um palhaço.

De acordo com o pesquisador Natalino Madalena Filho, autor do livro “Amarantina Conta a sua História”, a primeira encenação da batalha na região aconteceu em 1758, quando das comemorações em louvor a São Gonçalo do Amarante, padroeiro do distrito, que durante o período colonial foi um dos grandes fornecedores de alimentos para os empregados das minas de extração de ouro da antiga Vila Rica.

20070417034953 No próximo ano, o evento, que integra o calendário turístico da região dos Inconfidentes, recebe o título de Patrimônio Cultural e Imaterial de Ouro Preto, a exemplo da Festa de Nossa Senhora dos Remédios, em Fundão do Cintra, localidade de Santo Antônio do Salto.

APOIO CULTURAL: www.guiacachoeiradocampo.com.br

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Comunidade reforça campanha para salvar igreja do século 18 (EM 15/09/2010)

20100915071939558320u Nesta quarta-feira, dia dedicado a Nossa Senhora das Dores, a comunidade católica de Cachoeira do Campo, em Ouro Preto, na Região Central de Minas, fortalece sua campanha para salvar uma igreja dedicada à santa e que, em 2011, vai completar 250 anos de construção. “Esperamos fazer uma grande festa, no próximo ano, com o templo restaurado, mas, para isso, precisamos do apoio de empresas. Esta é a primeira igreja do país dedicada a Nossa Senhora das Dores, conforme documento do Arquivo Ultramarino de Lisboa, Portugal”, informa o presidente da Associação dos Amigos de Cachoeira do Campo (Amic) e coordenador do Conselho Comunitário da Pastoral, Rodrigo Gomes.
Fechada há três anos e sem tombamentos federal, estadual ou municipal, a edificação localizada na Rua Nossa Senhora das Dores, no Centro, apresenta sérios problemas. A última intervenção, segundo Gomes, foi em 1990, com recursos da prefeitura. Ele conta que, pelo atual orçamento feito com especialistas, serão necessários R$ 500 mil para recuperação, a maior parte (R$ 400 mil) a ser empregada no forro da capela-mor e da nave. “Trata-se de uma igreja da comunidade, que sempre teve celebração de missas, catequese, recitação do terço e outras cerimônias.”
Veja a galeria de imagens da igreja
Preocupado com a situação da singela igreja, o presidente da Amic diz que o forro está cedendo e, com isso, há o perigo de se perderem as pinturas originais, tanto na capela-mor, que traz a imagem de Nossa Senhora das Dores em meio a anjos, como na nave, com 15 painéis da via-sacra, sem autores identificados. “Trata-se de uma igreja simples, sem elementos artísticos ricos, apenas com policromia nos altares. Mas tudo isso é muito importante para nós” acrescenta o coordenador do Conselho da Pastoral, que estuda conservação e restauração de imóveis no Instituto Federal de Minas Gerais, câmpus de Ouro Preto.
Por ser construída de pedra, não há problemas na estrutura da igreja, embora verifiquem-se rachaduras nas paredes e goteiras no teto. Por medidas de segurança, todas as imagens foram levadas para a Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré, no Centro do histórico distrito. “Pedimos hoje, a intercessão de Nossa Senhora das Dores, para que possamos obter os recursos em prol da reforma da igreja e sensibilizar o empresariado”, diz Gomes. Ele lembra que, sem tombamento, a comunidade e a paróquia são as únicas responsáveis pela busca de recursos para o restauro.
História
Construída em 1761 para as cerimônias da semana santa, a Igreja de Nossa Senhora das Dores tem no seu forro o maior destaque. O que chama logo a atenção de quem entra é a ornamentação com os 15 painéis da nave, de inspiração medieval, representando a Paixão de Cristo, do horto das oliveiras à ressurreição. A balaustrada original que divide a nave e o curioso piso de lajotas de barro cozido, que cobre todo o corpo da igreja, “com suas marcas de patinhas de cachorro e dedos de crianças peraltas”, também se destacam. “Na capela-mor, é interessante notar que Nossa Senhora das Dores parece ferir, com uma de suas espadas, um homem ajoelhado a seus pés. Deduzimos que esta cena deve representar um ex-voto ou alguém que, alcançando uma graça, resolveu eternizá-la na arte”, acredita Rodrigo Gomes.
Muitas histórias e lendas rondam a história da igreja. A imagem da santa de roca, conforme a tradição oral, chegou a Cachoeira do Campo em meados do século 18 portando várias joias, que desapareceram. “Contam que, sob os auspícios de uma mulher chamada Maria Dolorosa, a imagem percorria as casas do distrito angariando fundos para a construção da igreja. Outra antiga lenda afirma que os inconfidentes se reuniam no interior do templo para, do alto de sua torre esquerda, espionar o Visconde de Barbacena em seu palácio”, conta Gomes, lembrando que, até hoje, é possível ver as ruínas do Palácio de Campo do alto dessa mesma torre.
Serviço
Quem quiser ajudar pode ligar para (31) 9909-4106 ou mandar e-mail para cachoeiradocampo@gmail.com.

Gustavo Werneck - Estado de Minas

Publicação: 15/09/2010 07:12 Atualização: 15/09/2010 08:02

Foto: Rodrigo Gomes

Nossa Senhora das Dores, 15 de Setembro

ourladyofsorrows2 De pé a Mãe dolorosa,

junto da cruz, lacrimosa,

via Jesus que pendia.

No coração transpassado

sentia o gládio enterrado

de uma cruel profecia.

Mãe entre todas bendita,

do Filho único, aflita,

à imensa dor assistia.

E, suspirando, chorava,

e da cruz não se afastava,

ao ver que o Filho morria.

Pobre mãe, tão desolada,

ao vê-la assim transpassada,

quem de dor não choraria?

Quem na terra há que resista,

se a mãe assim se contrista

ante uma tal agonia?

Para salvar sua gente,

eis que seu Filho inocente

suor e sangue vertia.

Na cruz por seu Pai chamando,

vai a cabeça inclinando,

enquanto escurece o dia.

Quando chegar minha hora,

dai-me, Jesus, sem demora,

a intercessão de Maria.

Oração

Ó Deus, quando o vosso Filho foi exaltado, quisestes que sua Mãe estivesse de pé junto

à cruz, sofrendo com ele. Dai à vossa Igreja, unida a Maria na paixão de Cristo,

participar da ressurreição do Senhor. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito

Santo.

Consoladora dos aflitos!!! Rogai por nós!!!

Dos Sermões de São Bernardo, abade

(Sermo in dom. infra oct. Asumptionis,14-15: Opera omnia, Edit. Cisterc. 5[1968],273-274)

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(Séc.XII)

Estava sua mãe junto à cruz

O martírio da Virgem é mencionado tanto na profecia de Simeão quanto no relato da

paixão do Senhor. Este foi posto, diz o santo ancião sobre o menino, como um sinal de

contradição, e a Maria: e uma espada traspassará tua alma (cf. Lc 2,34-35).

Verdadeiramente, ó santa Mãe, uma espada traspassou tua alma. Aliás, somente

traspassando-a, penetraria na carne do Filho. De fato, visto que o teu Jesus – de todos

certamente, mas especialmente teu – a lança cruel, abrindo-lhe o lado sem poupar um

morto, não atingiu a alma dele, mas ela traspassou a tua alma. A alma dele já ali não

estava, a tua, porém, não podia ser arrancada dali. Por isto a violência da dor penetrou

em tua alma e nós te proclamamos, com justiça, mais do que mártir, porque a

compaixão ultrapassou a dor da paixão corporal.

E pior que a espada, traspassando a alma, não foi aquela palavra que atingiu até a

divisão entre a alma e o espírito: Mulher, eis aí teu filho? (Jo 19,26). Oh! que troca

incrível! João, Mãe, te é entregue em vez de Jesus, o servo em lugar do Senhor, o

discípulo pelo Mestre, o filho de Zebedeu pelo Filho de Deus, o puro homem, em vez

do Deus verdadeiro. Como ouvir isto deixaria de traspassar tua alma tão afetuosa, se até

a sua lembrança nos corta os corações, tão de pedra, tão de ferro?

Não vos admireis, irmãos, que se diga ter Maria sido mártir na alma. Poderia espantar-

se quem não se recordasse do que Paulo afirmou que entre os maiores crimes dos

gentios estava o de serem sem afeição. Muito longe do coração de Maria tudo isto;

esteja também longe de seus servos.

Talvez haja quem pergunte: “Mas não sabia ela de antemão que iria ele morrer?” Sem

dúvida alguma. “E não esperava que logo ressuscitaria?” Com toda a confiança. “E

mesmo assim sofreu com o Crucificado?” Com toda a veemência. Aliás, tu quem és ou

donde tua sabedoria, para te admirares mais de Maria que compadecia, do que do Filho

de Maria a padecer? Ele pôde morrer no corpo; não podia ela morrer juntamente no

coração? É obra da caridade: ninguém a teve maior! Obra de caridade também isto:

depois dela nunca houve igual.