quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Um ano sem Padre Simões

Nesta quarta-feira (20), às 19h, A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar sedia missa em memória pela passagem de um ano de falecimento do Cônego José Feliciano da Costa Simões, o Pe. Simões. A liturgia será proferida pelos Padres Marcelo Moreira Santiago e Danival Milagres Coelho, além de convidados.
Pe. Simões, figura ilustre de Ouro Preto, faleceu na madrugada do dia 20 de janeiro de 2009, aos 78 anos, em Belo Horizonte. O pároco foi responsável pela Igreja do Pilar por mais de 45 anos.
Hoje, dia em que se recorda um ano de falecimento do cônego, o prefeito Angelo Oswaldo homenageia o sacerdote e sua vida dedicada a Ouro Preto. “Nessa data, queremos evocar a presença do Padre Simões, que continua sempre viva na lembrança da comunidade ouro-pretana. Ele nos deixou uma rica herança de ensinamentos, lições de vida e exemplos que não devem ser esquecidos”, recorda Angelo.

Sobre Padre Simões
Natural de Ouro Preto, José Feliciano da Costa Simões teve sua formação sacerdotal iniciada no Seminário Coração Eucarístico de Jesus de Belo Horizonte e concluída no Seminário Maior e Menor de Mariana (MG).
Graduado em geografia, história e ciências naturais pela Faculdade D. Bosco de Filosofia, Ciências e Letras da São João Del Rey (MG), especializou-se em história da arte sacra, barroca e filosofia da arte pela Universidade de Sorbone, Paris, França. Foi assistente em congressos de arte e museologia na Itália, Espanha, França, Alemanha e Egito; do congresso de cultura e arte em Santiago do Chile e do congresso da Cultura Asteca, Incas, Maias e Pré-Colombianas em Buenos Aires, Argentina.
Foi professor de história da arte sacra no Seminário Maior Santo Antônio de Juiz de Fora, de humanidades no Seminário N.S. da Assunção de Mariana, de história da arte e teologia patrística no Seminário São José, Mariana (MG) e diretor do Colégio Arquidiocesano de Ouro Preto. Foi outorgado Cônego Catedrático da Arquidiocese de Mariana (MG), pelo Arcebispo D. Luciano Pedro Mendes de Almeida.
Foi nomeado pelo Papa João XXIII, em 1963, por meio de Bula Papal, Vigário Colado da Paróquia de N. S. do Pilar de Ouro Preto. Foi pioneiro na luta contra poluição da Alcan em Ouro Preto, que degradava os monumentos de arte e prejudicava o meio-ambiente.
É conhecido pela luta corajosa contra o saque do patrimônio histórico e cultural. Em 1962, recuperou 18 obras de arte sacra que haviam sido roubadas de várias igrejas em Ouro Preto nas décadas de 1950 e de 1960. Em fevereiro de 1996, depois de um processo de 8 meses, recebeu, em Ouro Preto, a imagem de N. S. das Mercês, de autoria do Aleijadinho, desaparecida desde 1962. Recuperou para a Arquidiocese de Mariana inúmeras obras ao longo de 30 anos.
Implantou em Minas Gerais a criação dos pequenos museus em igrejas, sendo pioneiro na criação do Museu da Prata e Ouro, na Igreja Matriz de N. S. do Pilar em 1965. Coordenou com o Padre Francisco Barroso Filho, a implantação do Museu Aleijadinho na Paróquia de N. S. da Conceição e em 1987 inaugurou o Museu de Arte Sacra do Carmo em Ouro Preto. Reorganizou as ações e objetivos do Museu de Arte Sacra em 1989, transformando-o em uma fundação que além de guardião do patrimônio de arte da Paróquia do Pilar, passou a gerir o universo museológico, promovendo a preservação de seu patrimônio cultural.
Realizou entre os anos de 1984 e 1986, o inventário dos bens móveis e integrados, da Paróquia do Pilar, em parceria com a FIAT Automóveis e Fundação Roberto Marinho. Reorganizou o sistema de visita na Matriz de N.S. do Pilar, aumentando em menos de uma década a visitação de 13 para 120 mil pessoas por ano.
Vinha apoiando, com a presença de sua equipe, a Arquidiocese de Mariana e outras Dioceses, na preservação de monumentos religiosos e até de capelas particulares, ermidas e oratórios. Em Salvador, Bahia, com Cardeal Brandão Villela, promoveu ações na defesa de bens móveis religiosos. Foi membro conselheiro do IEPHA, na gestão do governador Tancredo Neves. Foi consultor para Ouro Preto, como Patrimônio da Humanidade. Com o prefeito Angelo Oswaldo de Araújo Santos, representando Ouro Preto na homenagem histórica, em Lisboa, foi testemunha no reconhecimento de Tiradentes, Herói da Liberdade, Brasil-Portugal.
Por este valioso trabalho em defesa do patrimônio cultural brasileiro o Padre Simões foi condecorado com uma série de medalhas e prêmios: Medalha Aleijadinho, Medalha Santos Dumont, Medalha Bernardo Pereira de Vasconcellos, Medalha João Veloso, Grande Medalha da Inconfidência e Prêmio Nacional de Cultura e o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade de Preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro em 1994.
Foi homenageado por diversas entidades tais como Batalhão da Polícia Militar, Jornal Opção Regional, Câmara Municipal de Belo Horizonte, Grêmio Literário Tristão de Atayde, Escola de Minas, Fundação Gorceix. Em 1988 recebeu, em audiência particular com o Papa João Paulo II, a Cruz Pontifícia de Prata, pela defesa da arte cristã em Minas Gerais e no Brasil.

Nota do Blog: Pe. Simões foi também, na década de 1980, pároco interino da Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré em Cachoeira do Campo.
Dos amigos da AMIC fica a terna saudade e os grandes ensinamentos e incentivos recebidos por parte do amigo Cônego Simões.
Foto: Rodrigo Gomes, 2008.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Mobilização pela Capela da Cruz dos Monges - São Sebastião!


Comunidade: a melhor guardiã do seu patrimônio”

A AMIC - Associação Cultural Amigos de Cachoeira do Campo - agradece aos que contribuíram e se empenharam, através de doações financeiras e de materiais, e aos que dispuseram tempo e mão-de-obra para a realização da primeira etapa da reforma da Capela de São Sebastião da Cruz dos Monges, situada na Vila Alegre, em Cachoeira do Campo. A reforma é uma ação conjunta da AMIC e de moradores da Vila Alegre, com apoio da Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré.
No ano passado, enquanto programava-se a reforma da capela, que já se encontrava em estado precário, o telhado não agüentou as fortes chuvas, vindo a desabar. Assim, os trabalhos da reforma tiveram que ser adiantados para não prejudicar, ainda mais, o estado do pequeno templo. A primeira etapa configurou-se no reforço da estrutura arquitetônica e na colocação de um novo telhado.
Já na segunda etapa se realizará o reboco e a pintura. Para isto, continuamos a campanha de arrecadação dos recursos para a conclusão da reforma. Aqueles que queiram ajudar podem entrar em contato com a AMIC através do telefone (31) 3553-1631 ou pelo e-mail amic.cachoeira@gmail.com. Esclarecemos que estão sendo registrados os nomes daqueles que contribuíram em dois “Livros de Ouro”, um está com a AMIC e o outro com a comunidade da Vila Alegre.
Prevê-se também, após a intervenção na capela propriamente dita, a remodelação da praça do entorno, com ajardinamento e colocação de bancos. Para isso, sua contribuição é essencial, resguardando para o futuro esse patrimônio cachoeirense.

A CAPELA DE SÃO SEBASTIÃO DA CRUZ DOS MONGES
Sabe-se que a Capela de São Sebastião serviu, durante o século XIX, ao extinto povoado da Cruz dos Monges. Acredita-se que a ermida tenha sido fundada no final do século XVIII, quando era comum aos Dragões del Rei (sediados no Quartel da Cavalaria, atual Centro Dom Bosco) fazerem exercícios nas redondezas. Nesta mesma época o cerrado mineiro era eventualmente atravessado por “monges” e eremitas. Um destes ascetas provavelmente deu origem à famosa lenda da Capela de São Sebastião, que descreve a história de um velho monge que, prendendo seu pé ao estribo de um cavalo, foi arrastado até uma colina onde faleceu. Ali foi construída uma cruz e um pequeno templo em sua homenagem, recebendo o nome de Cruz dos Monges. A Capela de São Sebastião é a única edificação remanescente do antigo povoado.


Rua João Baptista Costa em homenagem ao grande pesquisador



E por indicação da AMIC – Associação Cultural Amigos de Cachoeira do Campo e Projeto de Lei do Vereador Flávio Andrade, também foi sancionada a Lei 528/2009, que dá a denominação a rua que liga a Ponte Cecília Augusta da Costa à Rua Nova e a Rodovia dos Inconfidentes. O Trecho recentemente pavimentado leva o nome do pesquisador João Baptista da Costa (O João Catita). Que deixou como herança uma ampla pesquisa sobre Cachoeira do Campo entre outros assuntos.

Quem foi João Baptista Costa... (Por Nydia Lemos)
Nascido em Cachoeira do Campo, a 24 de junho de 1913, era filho de Florentino Fernandes Costa e Lucília Augusta de Magalhães.
Autodidata, ao longo de sua existência, superando difilculdades financeiras e os obstáculos mercantilistas da época, construiu uma seleta biblioteca, abrangendo todos os ramos da Ciência. E o mais admirável: lia e transcrevia, com exemplar segurança, obras em inglês, francês e alemão. Correspondia com vários diplomatas estrangeiros, abrigava documentos culturais sobre seus países e comparando nossa cultura com a deles, revelava sempre uma grande esperança no futuro do Brasil, através de uma consciência cívica integra.
Casado com Maria Dolores de Lemos, funcionária do antigo Departamento dos Correios e Telégrafos e que também lhe sobrevive, seus conhecimentos lhe eram solicitados, amiúde, por catedráticos, alguns da Escola de Minas de Ouro Preto; por historiadores, como o Dr. Augusto de Lima Júnior e por consulados, à época instalados no Rio de Janeiro, ao buscarem particularidades e documentos raros sobre nossa pátria e sobre o Mundo.
Sempre sonhou com um país soberano e culto. Dizia que sua contribuição se daria através da revelação da importância histórica de Cachoeira na vida nacional. Daí ter pesquisado, incessantemente, sobre sua fundação, sociedade e sentido político. Estendendo os laços históricos, uniu Cachoeira à história de Minas e esta à do Brasil, depositando, nas suas páginas literárias, um grande cabedal de ciência histórica.
Queria muito editar sua obra, mas, quando a oportunidade parecia-lhe despontar, antecedeu-lhe a doença, assim, a 08 de abril de 1982, deixava para sempre, esta terra. (adaptado)








Ponte sobre o Rio Maracujá recebe nome

Por indicação do Clube da Maior Idade Estrela do Oriente e Projeto de Lei do Vereador Flávio Andrade, foi sancionada a Lei 527/2009 que dá denominação à ponte nas proximidades do clube e ao final da Rua Claudionor Pedro da Castro. A Ponte sobre o Rio Maracujá passa a chamar Ponte Cecília Augusta da Costa.

Quem foi Cecília Augusta da Costa...
Cecília Augusta da Costa, nasceu em 25 de Abril de 1933 em Cachoeira do Campo, sendo filha de Nicomedes Fernandes da Costa e Maria Rodrigues da Costa. Era a terceira de oito irmãos, sendo quatro homens e quatro mulheres.
Faleceu em 25 de Agosto de 2006, sendo velada na Capela de São José, vizinha a sua casa, e onde sempre participou ativamente. Foi sepultada no Cemitério da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré.
Em vida, Cecília, foi muito ativa e querida por toda a comunidade. Participou do Coral da Matriz, de pastorais como: o dízimo e a catequese, do Clube da Maior Idade Estrela do Oriente Cachoeirense, da Rádio Sideral Fm como voluntária (sendo homenageada nas comemorações dos 10 anos da emissora com uma comenda especial).
E por fim, integrava o Coral Trovadores de Minas, que reúne os cantores de Cachoeira do Campo e Ouro Preto.
Cecília sempre soube amar e viver bem a vida, sempre na alegria e no serviço a quem dela precisasse.